7 dicas para ter uma mente brilhante
Pintor, escultor, arquiteto, músico, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escritor… Ufa! Leonardo da Vinci era o sabe-tudo do século 15 – dono de uma genialidade que, mesmo após 493 anos de sua morte, continua a gerar frutos. No livro Da Vinci Decodificado (Bertrand Brasil, 216 págs., R$ 33), o autor americano Michael J. Gelb aponta sete princípios que qualquer pessoa pode seguir e, assim, aperfeiçoar as habilidades cerebrais. Acha tarde demais para estimular o pensamento? A neurologista Valéria Bahia, da Academia Brasileira de Neurologia, de São Paulo, afirma que não há idade para exercitar o intelecto. “O importante é provocar o cérebro, pois o raciocínio perde força e a memória enferruja com o tempo.” Para manter sua cuca tinindo, conheça os segredos da mente engenhosa – e genial – de Da Vinci.
1º Princípio – Seja curiosa
Você nasceu assim. Quando bebê, nossa paixão é explorar. Ao aprender a falar, passamos a questionar tudo. O hábito de sempre perguntar “por quê?” é o primeiro passo para pensar como um gênio: “Grandes mentes questionam com a mesma intensidade durante toda a vida”, afirma Gelb.
Coloque em ação – Leonardo da Vinci tinha sempre um caderno em mãos. Assim, podia escrever as ideias que brotavam na cabeça. Alimente sua criatividade: ande com um bloquinho na bolsa ou faça notas no celular. “A vida corrida tende a nos conduzir para conclusões óbvias e resultados previsíveis”, diz Gelb. “Fazer anotações exploradoras, inacabadas e livres de julgamentos incentiva a liberdade de pensamento”, completa o autor. A ordem é não se limitar: escreva o que quiser, sem a necessidade de manter uma ordem lógica.
2º Princípio – Faça conexões entre suas ideias
Quando criança, Da Vinci foi chamado para pintar escudos. Empenhado em criar uma imagem aterrorizante, ele coletou insetos e outros bichinhos. Com partes diferentes de cada um deles, compôs um dragão assustador. Era comum o italiano fazer conexões criativas usando objetos desconexos.
Coloque em ação – Crie links entre itens e assuntos diferentes. Por exemplo, use a imaginação e estabeleça conexões para cada dupla: uma folha de carvalho e uma mão. Matemática e a Última Ceia. Uma risada e um nó. “Fazer relações, relembrar e debater diversos temas aumenta a capacidade da memória e o raciocínio”, afirma Valéria.
3º Princípio – Use o cérebro por completo
Enquanto não estava pintando, Da Vinci se entretinha com o desenvolvimento de um paraquedas ou com estudos pioneiros de anatomia. Em vez de se classificar como um pensador que usa mais o lado esquerdo (lógico) ou o direito (imaginário) do cérebro, ele usava o órgão na totalidade.
Coloque em ação – Balanceie seu modo de pensar fazendo um mapeamento da sua mente. O objetivo é unir o racional ao emocional. Os cadernos de Leonardo da Vinci eram cheios de desenhos detalhados – com palavras, pensamentos e gravuras interligados. Para criar seus mapas, tenha canetas coloridas, papel e um tópico (um problema ou um objetivo). Coloque no centro do papel uma figura que represente o seu ponto principal. Escreva palavras-chave e conecte-as com linhas à imagem central – cores, desenhos e códigos dão mais ênfase ao mapa.
4º Princípio – Conviva com a ambiguidade
Sfumato (palavra italiana para “estar entre a fumaça”) é um termo artístico usado para descrever a técnica típica das pinturas de Da Vinci. Sfumato também é uma característica dos gênios: a habilidade de tirar proveito da ambiguidade.
Coloque em ação – Você consegue sentir-se confortável mesmo sem ter certeza absoluta de um fato? Dê uma nota de 1 a 10 a si mesma – sendo que 1 representa a necessidade pela certeza a todo momento. Descubra o que você pode fazer para subir um ponto nessa escala. Pode ser simplesmente ouvir e confiar mais em sua intuição.
5º Princípio – Desafie seu conhecimento
Da Vinci foi um dos mais supersticiosos e corajosos pensadores de sua época. Esse super-homem tinha disposição para duvidar do ponto de vista dominante – e até mesmo de suas próprias opiniões – e desafiá-lo. Ter um pensamento genial exige romper e questionar crenças e suposições em que sempre acreditou. Tente!
Coloque em ação – Quais foram suas experiências mais marcantes? Faça uma lista com sete delas e, ao lado, escreva uma frase que resuma o que você aprendeu em cada situação e como usa as lições no dia a dia. Então, pergunte a si mesma se as conclusões às quais você chegou naquela época mudaram. Deixe que os pensamentos perturbem sua mente e reflita durante um dia ou dois.
6º Princípio – Aguce seus sentidos
Voltemos ao século 15. Enquanto movia seu pincel, Da Vinci fez uma observação que continua valendo até hoje: a maioria das pessoas “olha sem enxergar, escuta sem ouvir, toca sem sentir, come sem degustar, se move sem ter consciência física, respira sem sentir o aroma das coisas e fala sem pensar”. Reconheça a importância dos seus cinco sentidos e viva verdadeiramente cada momento.
Coloque em ação – “A sinestesia, relação entre os sentidos, é uma característica de grandes artistas e gênios da ciência”, afirma Gelb. Estimule sua consciência a ser mais sinestésica ao ouvir música: enquanto sua playlist favorita toca, expresse em folhas de papel suas impressões e sentimentos sobre o que escuta, desenhando e pintando. Abuse de formas e cores.
7º Princípio – Cuide do corpo
É comum pensar que inteligência combina com alguém pouco atlético, de óculos, no estilo nerd. Ledo engano. “Os donos das grandes mentes da história geralmente eram dotados de energia física e destreza, sobretudo Da Vinci”, diz Gelb. Ele nadava, caminhava, cavalgava e praticava esgrima. Com tanta disposição, encorajava as pessoas a se manter ativas e a comer bem. “A prática de atividades físicas produz substâncias que podem ajudar no trabalho dos neurônios”, afirma Valéria.
Coloque em ação – Seja uma boa aluna e siga um conselho de Leonardo da Vinci: “Mantenha sua mente focada em pensamentos alegres. Exercite-se moderadamente. Só coma quando estiver com fome e em pequenas quantidades. Mastigue bem. Cuidado com a raiva. E vá ao banheiro regularmente”.
Quebrando a cabeça
Colocar a cuca para funcionar é a melhor maneira de turbinar a memória. Com as dicas da neurologista Joelma Paschoal, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, você nunca mais vai se perguntar o que almoçou no dia anterior.
Jogue no tempo livre
Além de ser um ótimo passatempo, desafios como sudoku, caça-palavras ou palavras cruzadas são um estímulo e tanto para a atividade cerebral. “Eles desenvolvem o raciocínio e podem ser feitos em qualquer lugar”, diz a especialista.
Leia o que puder
Revistas, livros e blogs são uma ótima pedida para exercitar a mente, pois o hábito trabalha a imaginação e a assimilação de informações. Quando o cérebro busca na memória fatos relacionados ao tema que está sendo lido, aumentamos nosso acervo de informações.
Tenha uma vida saudável
A alimentação balanceada auxilia no desempenho do cérebro. “Exagerar em alimentos gordurosos, por exemplo, pode descompensar a circulação cerebral”, afirma a neurologista. Cartão vermelho também para o fumo e o álcool. “Eles contêm substâncias que deixam o raciocínio lento”, completa.
Movimente-se
Exercitar o corpo é essencial para a boa forma do corpo – e da mente! E nem precisa virar rata de academia para perceber os benefícios. “Tanto a caminhada quanto a malhação pesada liberam neurotransmissores responsáveis por passar estímulos nervosos de um neurônio para o outro”, diz Joelma.
Durma bem
Um sono regular ajuda o cérebro a se manter saudável e com energia. Uma noite bem-dormida garante vigor mental para executar as tarefas no trabalho.
Mude hábitos
A rotina diminui a capacidade de raciocínio. A solução? Saia do piloto automático. Não faça o mesmo caminho da empresa até sua casa, varie os restaurantes e peça comidas diferentes. Novas experiências maximizam seu acervo de memória.