As delícias do sexo oral para homens e mulheres
O sexo oral é a preliminar preferida para cerca de 70% dos casais. É o que afirma o urologista e terapeuta sexual Celso Marzano, autor do livro “Prazer Secreto”, editora Eden. “Isso porque cada vez mais filmes e contos trazem essa atividade como forma de iniciar o sexo”, justifica. Para o psicoterapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Junior, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX), outro fator favorece a preferência pelo toque com os lábios: a intimidade com a prática. “Em geral, aprendemos o sexo oral antes do sexo coital, da penetração”, afirma.
Do ponto de vista sensorial, a mistura do quente e úmido provocado pela boca prepara o parceiro de forma suave para prazeres mais intensos. A posição do sexo oral é vantajosa para aumentar a libido – observar o outro em atividade parece contribuir para a excitação, especialmente para os homens, visuais que são.
Mas quem aplica o sexo oral também pode sentir prazer. Se for por obrigação, não tem graça. O bom do jogo é a troca, viver cada momento e sensação. Rodrigues Junior explica que a boca e os lábios são áreas muito sensíveis, com maior volume de terminais nervosos. Assim, ao praticar sexo oral de forma prazerosa – e não mecânica – quem aplica também aproveita. Além do “sentir”, as fantasias costumam embalar o sexo oral: obedecer, transgredir, demonstrar habilidade. Muitas são as possibilidades.
O psicoterapeuta ainda afirma que não é mito dizer que as mulheres chegam ao orgasmo mais facilmente com o contato oral do que com a penetração. “Essa prática gera mais satisfação”, justifica ao citar a estimulação do clitóris com a língua e lábios.
Porém, até mesmo para receber o sexo oral é preciso se sentir segura. O terapeuta sexual americano Ian Kerner defende que, ao contrário do que muitas mulheres pensam, os homens gostam sim de fazer carícias com a boca nas parceiras – e são elas que se sentem desconfortáveis, preocupadas com a satisfação do outro ou com o próprio corpo. “Elas se preocupam se está levando tempo demais ou que não cheiram bem lá embaixo”.
Para o bom sexo oral é importante entender que a prática exige intimidade e cumplicidade. “Como se entra em contato direto com a genitália é preciso que a pessoa se aceite, aceite seu corpo e também o do parceiro. E isso depende da educação sexual que o indivíduo recebeu. Se a pessoa tem nojo dos fluidos e cheiros, por exemplo, não se sentirá a vontade e não terá prazer com o sexo oral”, explica Marzano.
O terapeuta ainda alerta que o risco de contaminação com doenças sexualmente transmissíveis também existe no sexo oral. “Pela boca é possível transmitir o HIV em quem está recebendo o sexo oral. Por sua vez, quem está oferecendo pode se contaminar com hepatite, herpes e HPV”, alerta. Por isso, é essencial usar algum obstáculo que evite o contato direto. “Tem que usar camisinha ou até um plástico filme, além de praticar a sexualidade segura, evitando múltiplos parceiros”.
O sexo oral tem muito a ver com dominação, mas as regras precisam ser confortáveis para ambos. “Os homens tendem a forçar mais que as mulheres, como se fosse uma conquista, uma dominação. Toda prática só é valida quando as duas partes estão abertas à experiência”, afirma Dr. Marzano.
Fonte: delas.ig