Complexo de Castração

Complexo de Castração

Qual é a realidade, quando afirmam que a ausência do pênis, seria uma determinante, da dita inferioridade feminina ?
Não podemos deixar de dizer, que existe uma ligação, que como vimos anteriormente é praticamente imposta pelo processo educacional.
Agora, a tal inferioridade feminina nada mais é que uma necessidade, de uma sociedade machista, onde o homem ” coisifica ” a mulher, por que ainda desta forma ele supõe ter assegurada sua posição de líder.
Como vimos antes, toda aquela separação nas ações com os bebês masculinos e femininos, onde a menina, é criada em torno de um tabu, em relação a sua sexualidade e sua genitália; separação de brinquedos adequados ou não a elas; o controle de posturas; as brincadeiras que lhe são proibidas; e outros tantos pontos.
Em todas estas situações o menino tem maior autonomia e, a menina é mais cercada e, isto acaba despertando uma certa curiosidade na menina.
Ela acaba ficando interessada em saber por que existe esta espécie de proteção e estas proibições.
Quer saber por que o menino não sofre estas mesmas pressões.
Isto tudo ocorre em uma idade que a menina está ” descobrindo ” o seu corpo e está entrando no período da ” consciência ” e, de acordo com a psicanálise é nesta etapa que existe a incorporação do ” Superego “, aquela parte de nosso aparelho psíquico que determina as proibições e, consequentemente nossas aspirações.
Se somarmos todos estes pontos, não nos será difícil, entender como se sentirá a menina ao descobrir que o menino tem alguma ” coisa ” a mais que ela.
Agora, vejamos isto tudo dentro de um enfoque mais psicanalítico.
De acôrdo com Freud, o período de 3 a 5 anos é classificado como fase ” Fálica “, onde o pênis ou clitóris torna-se o foco das energias libidinosas.
Os meninos manifestam grande interêsse quanto ao tamanho e consistência do pênis; na capacidade de dirigir o jato urinário; nas sensações agradáveis derivadas da seu toque; grande interesse pelo fato de que a metade das pessoas do mundo não o possuem (as mulheres).
Este é o início da preocupação com a força, o tamanho, o poder, a masculinidade; o desejo de ser mais forte, mais poderoso, a posse de objetos, e outras coisas que simbolizam isto tudo.
É evidente, diante do exposto que a menininha se sentiria numa posição de inferioridade.
Outro ponto importante desta fase é o fato de o menino poder dirigir seu jato urinário, motivo de grande orgulho, e o fato, de a menina por suas condições anatômicas não poder realizar, tal proeza; seria então nesta etapa um fator de inveja.
Tudo isto acontece, como já citamos, devido ao fato de não haver uma educação mais aberta no que diz respeito a sexualidade feminina.
Em seguida a esta etapa viria, segundo Freud, a fase Edipiana.
Etapa na qual a criança desenvolve um maior interesse pelo genitor do sexo oposto e, consequentemente uma rivalidade em relação ao do mesmo sexo.
Para a monopolização do genitor do sexo oposto, haveria então a necessidade de ” deslocar ” ou “anular ” o do mesmo sexo.
Agora, como estes desejos são, na mente infantil, passíveis de punição, o garoto temeria a punição na forma de castração.
Isto por que desta forma ele seria lesado de seu poder, ou do que para ele é tido como tal.
Nas mulheres existiria então o temor de um dano adicional, uma vez, que, ” teoricamente “, a mulher já possui um senso de inferioridade pelo fato de não possuir um pênis ou possuir um ” muito pequeno ” (clitóris).
Teoricamente a mulher desejaria ter um pênis (algo que seja saliente; que pode ser “visto”; que realize coisas; torne-se ereto; dirija o jato urinário; etc).
Consequentemente, a tal inveja do pênis seria manifestada por uma inveja das prerrogativas e privilégios masculinos, podendo então parcialmente explicar a necessidade de certas mulheres competirem com os homens quanto à roupa e aparência, bem como quanto o trabalho.
Agora paremos para pensar. Imaginemos, se educarmos nossas filhas sem estes pontos negativos, quanto não conseguiríamos modificar nossa sociedade de uma forma positiva.
Teríamos indivíduos preocupados com realizações pessoais e sociais, sem o cunho ou a faceta da sexualidade que, é a precursora de tantos conflitos.
Teríamos então homens e mulheres muito mais sadios psicologicamente, pois não estariam presos a conceitos individualistas, machistas e retrógrados.

 

créditos: prosex.org.br