Reposição hormonal ainda não é consenso
Depois de quatro décadas de convivência com a gangorra hormonal, chega a hora da derradeira revolução feminina, a menopausa. A última menstruação costuma ocorrer depois dos 48 anos, mas, antes que os ovários cessem por completo a produção de hormônios, o corpo entra numa fase de transição, o climatério. A nova etapa é caracterizada por uma série de sintomas, entre eles os fogachos (ondas de calor geralmente seguidas de suor frio), a secura vaginal e a baixa libido. Também há maior tendência a distúrbios emocionais, como depressão, melancolia, irritabilidade, desânimo e cansaço constante -além de aumentar a vulnerabilidade feminina a determinadas doenças.
Sabe-se que até os 45 anos, em média, a presença do estrogênio protege contra infartos do miocárdio, derrames cerebrais e osteoporose.
Para evitar doenças e dar mais qualidade a essa fase da vida, entra em cena a terapia de reposição hormonal (TRH), com a prescrição de medicamentos que imitam a ação dos hormônios naturais metabolizados pelos ovários.Mas a TRH não está livre de polêmica: alguns estudos levantam a possibilidade de que esse tratamento possa favorecer o aparecimento de cânceres de mama e útero, principalmente quando o uso supera dez anos. Para a maioria dos especialistas, porém, os benefícios são maiores do que os riscos. “A TRH aumenta a expectativa de vida, pois protege contra doenças que matam ou causam debilidade. Além disso, sem hormônios, a perda de neurônios também é maior, aumentando a disposição para doenças como mal de Alzheimer”.
Uma alternativa são os hormônios naturais, os chamados fitohormônios, encontrados em produtos derivados da soja. Pesquisas em todo o mundo mostram que esse tipo de reposição tem tido alguns resultados positivos, embora não valha para a maioria dos casos nem para todos os problemas. Com ou sem aditivos hormonais, os médicos prescrevem a velha receita válida para todas as horas: alimentos balanceados e atividades físicas ao longo da vida, e principalmente na fase do climatério, podem fazer muita diferença.
Vantagens:
- evita perda de massa óssea
- previne doenças cardiovasculares e osteoporose
- diminui o risco relativo de mal de Alzheimer
- acaba com as ondas de melhora a libido e a lubrificação vaginal
- pele mais brilhante e viçosa
- melhora o ânimo, disposição e humor
- melhora problemas de incontinência urinária
Para ponderar:
- 10 em cada 100 mulheres, entre 50 e 70 anos, terão câncer de mama, com ou sem TRH
- com uso de hormônio por cinco anos, a incidência aumenta de 10 para 12, em cada 100 mulheres
- acima de cinco anos de reposição, a chance é de 16para cada 100 mulheres
- estudos mostram que a mortalidade por câncer de mama é menor em quem usa hormônio, não chega a 5%