Toxina Botulínica em creme
O sonho de consumo
É o sonho de consumo das mulheres que querem se livrar das rugas sem enfrentar uma agulha. O assunto não é novo – há pelo menos cinco anos fala-se sobre a toxina botulínica de uso tópico. Entretanto, no mais recente meeting de dermatologia, que aconteceu no início do ano em New Orleans (EUA), o produto ficou sob os holofotes novamente e, ao que tudo indica, vai receber a liberação do FDA ainda este ano. Com a permissão do órgão americano, a ANVISA fica a um passo de também autorizar a sua utilização no Brasil. Segundo especialistas que estiveram no encontro, os estudos da nova toxina estão em fase avançada, mas, por enquanto, são focados no tratamento da hiperhidrose e nas áreas do rosto que tenham só um grupo muscular, como a região periocular – as laterais dos olhos, onde aparecem os pés de galinha. Isso porque a textura da substância, em gel-creme, tem ação localizada e, claro, bem mais superficial se comparada à forma injetável.
Fim das injeções
“A toxina em gel-creme se dissipa na pele, promovendo um relaxamento ameno. Ela não paralisa o músculo, porém é capaz de diminuir as linhas de expressão”, explica a dermatologista Carla Vidal, de São Paulo. “Acredito que a substância representa uma evolução entre os tratamentos tópicos. Além de ser uma ótima opção para quem tem medo de agulha”, completa. Outra particularidade: depois da aplicação na pele, é necessário vedar a área com papel-filme por, pelo menos, 30 minutos. “Isso é fundamental para facilitar a absorção do produto”, ressalta o dermatologista Adilson Costa, de São Paulo. Os resultados mostrados no meeting – foram feitos 11 estudos clínicos, com mais de 500 voluntários – revelam que o chamado “efeito Cinderela” é percebido na hora, quando ocorre um estiramento instantâneo, deixando a pele mais lisa. Depois de uma semana, as rugas ficam menos marcadas. “O auge do efeito acontece após cerca de 28 dias, quando se observa uma melhora de até 85% nas rugas com profundidade leve ou média. Mas, por ser superficial, a toxina em creme dura menos que a injetável, ou seja, em média entre dois e três meses”, destaca Adilson. Agora é torcer para que o fim das injeções na testa esteja próximo.