Verdades e mentiras sobre sexo
A EJACULAÇÃO FEMININA – Já escutou falar em mulheres que ejaculam como homens, chegando a deixar o colchão encharcado? Acontece só que não é ejaculação. A educadora sexual Laura Muller diferencia: “Mulheres não têm estruturas anatômicas que possam levar à ejaculação. O que ocorre é o seguinte: quando ela entra no período de excitação, o corpo produz um líquido lubrificante. Em algumas mulheres, este líquido é produzido em grande quantidade. Durante as contrações musculares provocadas pelo orgasmo, este lubrificante pode acabar sendo expelido, bem na hora do clímax”. Daí a confusão toda.
MASTURBAR-SE FAZ MAL À SAÚDE? – Este é um dos mitos mais maldosos. Em plena época de explosão hormonal, os adolescentes evitam masturbar-se com medo de que coisas terríveis aconteçam a eles. Nada disso! Masturbação não faz crescer pelo nas mãos, não provoca pedras nos mamilos, não enfraquece, dá espinhas ou adoece. Laura Muller explica: “Esse mito faz parte de uma educação sexual repressora que foi difundida no século XVIII. Em 1758, um médico europeu renomado, o Dr. Tissot, lançou obras pregando os malefícios da masturbação. O médico dizia que as pessoas adoeciam, ficavam malucas e poderiam chegar à morte. Hoje, os estudiosos são unânimes em afirmar que masturbação, além de não fazer mal à saúde, ajuda a perceber melhor o próprio corpo, e a descobrir o caminho para o orgasmo e o prazer”.
O HOMEM É O RESPONSÁVEL PELO PRAZER DA MULHER – Tudo bem que existem homens pouco talentosos por aí, mas Dr. Amaury é enfático. “Salvo em casos de ejaculação precoce, ele não tem nenhuma responsabilidade pelo prazer de ninguém. Cada um de nós nasce com sua própria libido. A sociedade trata de estimular ou reprimir. O sexo tem de ser egoísta. Cada um cuida de si e busca o seu prazer”, afirma. Da próxima vez, antes de reclamar, garanta a sua felicidade antes que ele caia no sono.
MENSTRUAÇÃO E SEXO – Até hoje mulheres abrem mão do prazer nesses dias. Os homens também não costumam gostar do excesso de sangue, que consideram nojento. Tudo bem que provoca uma carnificina na cama, mas tirando a trabalheira de limpar tudo, não há contra-indicação. Afinal, de onde surgiu essa lenda, Dr. Amaury? “Foi entre os judeus, que diziam que a mulher menstruada era impura, não podendo nem apertar a mão dos homens. Elas deveriam se purificar com banhos até que a menstruação cessasse. Sexo então, nem pensar! A explicação é simples. Dentre as culturas antigas, o judeu foi o único povo que não desapareceu. Isso porque a proibição do contato entre homem e mulher durante o período menstrual tornava estratégico o sexo durante a ovulação”, explica. Não entendeu? Basta fazer as contas! “Do primeiro ao último dia da menstruação são em média seis dias. Até que ela esteja “bem limpa”, mais uns três dias. Quando finalmente o homem não agüentasse mais, a mulher já estaria em seu período fértil. E aí, adivinha! Lá vinha um filho”, conta o sexólogo. “Ter ou não relações neste período vai depender do gosto, do prazer e do tesão de cada um”.
ORGASMO VAGINAL – Mesmo sem conseguir, muitas mulheres acreditam que precisam atingir o orgasmo através da penetração. Procuramos o terapeuta sexual Amaury Mendes Júnior, membro da comissão de estudos em terapia sexual do ISEXP, para esclarecer de onde surgiu a lenda. “Freud dizia que a mulher madura deveria ter orgasmos vaginais – atingidos através da penetração –, e que as imaturas teriam o clitoriano. Isso pirou a cabeça das mulheres, terminando com muitos relacionamentos. Elas eram cobradas pelos maridos, que achavam que não lhes davam prazer suficiente. Hoje sabemos que o prazer é um só, não importa de onde venha. Pode ser dos seios, das pernas, do clitóris ou de qualquer outra parte do corpo. O importante é que venha. O clitóris é apenas o detonador de tudo. O mito do orgasmo vaginal ainda hoje traz clientes chorosas ao consultório”, explica. Maldito Freud!
O PONTO G – Este é um dos maiores mistérios do corpo humano e motivo de controvérsias entre médicos. A ginecologista Ângela Magalhães, autora do livro “Sexo sem medo” (Ed. Brasport) explica: “Anatomicamente, o ponto G não existe. Mas o que se pode concluir por tudo o que já se falou e se escreveu, é que ele esteja localizado no terço inicial da vagina, na sua parede anterior. O massageamento desse local aumenta intensivamente o desejo e as sensações sexuais”. Real ou imaginário, as formas de se ter prazer são muitas. Portanto, deixe o ponto G em paz e procure o que lhe faz feliz.